Muito comum em idosos, a incontinência urinária tem diversas formas de tratamento

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A incontinência urinária é definida como qualquer perda de urina. Embora possa acontecer em todas as faixas etárias, sua ocorrência aumenta com o avanço da idade. Calcula-se que 8% a 34% das pessoas acima de 65 anos possuam algum grau de incontinência urinária, sendo que em casas de repouso chega a atingir cerca de 50% dos pacientes.

Ela pode ser classificada em vários tipos diferentes. Vamos conhecer mais sobre alguns deles.

A incontinência por urgência é a mais comum em pacientes de ambos os sexos (cerca de 60%). Ela geralmente decorre de hiperatividade do músculo da bexiga (detusor) e causa perda urinária precedida de vontade forte de urinar.

A incontinência urinária de esforço representa entre 30% e 40% das causas de incontinência em paciente sexo feminino e se deve a uma fraqueza da musculatura pélvica decorrente de gestações (bexiga caída). As perdas acontecem quando há aumento da pressão abdominal, como quando a pessoa tosse ou espirra. Em homens, geralmente está relacionada ao tratamento do câncer de próstata, por radioterapia ou remoção do órgão, que leva a uma fraqueza do músculo que contém a urina (esfíncter urinário).

A incontinência mista decorre da associação de incontinência por urgência à incontinência de esforço. Muitos dos pacientes apresentam micções e não perdem urina apenas no período noturno.

Avaliando o paciente incontinente

Na avaliação, é preciso investigar o histórico médico, exames e doenças concomitantes do paciente. Podem-se realizar testes de esforço visando

comprovar a presença de incontinência de esforço. Existe um exame chamado estudo urodinâmico, feito por meio da inserção de um pequeno cateter na bexiga, que permite identificar a queixa do paciente e planejar o tratamento.

Como é feito o tratamento?

O tratamento deve inicialmente focar nas condições externas ao trato urinário. É preciso corrigir eventuais distúrbios metabólicos ou tratar infecções urinárias sintomáticas por meio de antibiótico. Em pacientes menopausadas com atrofia vaginal, a reposição hormonal é indicada.

A ingestão hídrica do paciente deve ser adequada às suas necessidades. Em geral, um adulto precisa urinar cerca de 1500 ml ao dia. A simples adequação do volume urinário resulta na remissão da incontinência em muitos pacientes. A medicação deve ser checada, em especial o uso de diuréticos para tratamento de hipertensão arterial. Muitas vezes, a simples substituição de um diurético por outro de ação mais longa ou ainda por outra droga resulta na redução do volume urinado e, consequentemente, dos episódios de incontinência.

O controle da glicemia em diabéticos também atua reduzindo o volume urinário, assim como a normalização do hábito intestinal. Pacientes com rebaixamento de nível de consciência devido a problemas metabólicos também se beneficiam quando este problema é abordado. O tratamento de condições como artrose e restrição de mobilidade também podem facilitar a micção e reduzir os episódios de perdas.

Outras formas de tratar a incontinência

O tratamento inicial em idosos deve ser feito nas formas comportamental e fisioterápica. A parte comportamental inclui micções de horário mesmo sem desejo miccional, além da adequação da ingestão hídrica. O tratamento fisioterápico visa a recuperação da musculatura do assoalho pélvico proporcionando melhor sustentação à bexiga. Essa melhora pode ser obtida através da realização periódica de exercícios da musculatura pélvica orientados por fisioterapeutas.

A hiperatividade do músculo detrusor pode ser resolvida com medicamentos, fisioterapia e, em casos refratários, por meio da injeção de toxina botulínica (Botox) na bexiga. Existe também a possibilidade de implantação de um marca passo vesical que permite controlar a hiperatividade por meio de estímulos elétricos.

O tratamento cirúrgico em mulheres consiste em procedimentos minimamente invasivos, como a implantação de uma tela de polipropileno que reforça a musculatura pélvica (Slings). Em homens com incontinência urinária pós-prostatectomia, o tratamento varia desde o uso de slings até a completa substituição do esfíncter urinário por uma prótese denominada esfíncter artificial

Independentemente de sua origem, a incontinência urinária sempre tem tratamento. Seu correto diagnóstico e abordagem terapêutica resultam em melhora significativa da qualidade de vida, além de prevenir complicações como infecções e quedas entre seus portadores.