A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus do gênero Flavivírus e transmitida por vetores artrópodes, com relevante impacto em saúde pública na África e Américas.
A FA apresenta dois ciclos de transmissão epidemiologicamente distintos: silvestre de macaco infectado a macaco são (FAS) através da picada de mosquitos do gênero
Haemagogus e
Sabethes; e urbano (FAU) transmitido de uma pessoa infectada a uma pessoa sã, pela picada do mosquito
Aedes aegypti. No Brasil, não há ocorrência de FAU desde 1942.
Existe um ciclo “intermediário”, em que a pessoa que adentra a mata é picada pelo mosquito Haemagogus e Sabethes infectado e adquire a FA.
NÃO HÁ TRANSMISSÃO DIRETA DO MACACO OU DA PESSOA INFECTADA PARA A PESSOA SÃ.
De 2017 até o dia 12/01/2018, 18 casos de febre amarela foram confirmados no Município de São Paulo, mas todos eles adquiridos em outros municípios. Até o momento, não há transmissão urbana de febre amarela no Brasil, assim os casos estão associados a transmissão em áreas de mata, pelos vetores silvestres,
Haemagogus e Sabethes.
Para dados epidemiológicos atualizados, consulte os links a seguir
Dados da Prefeitura:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/index.php?p=228572
Dados do Estado:
http://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.-alexandre-vranjac/homepage/destaques/febre-amarela-boletim-epidemiologico
Vacinação:
Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de
apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segue link com os postos de vacinação contra febre amarela no município de São Paulo:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/index.php?p=243611
Os municípios do Estado de SP que têm recomendação de vacinação permanente ou temporária para os moradores e para os que para lá se deslocam podem ser encontrados no seguinte site:
http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/doc/famarela/famarela17_lista_mun_vacinacao.pdf
Para o município de São Paulo estão sendo vacinados os residentes de parte das zonas Sul, Norte e Oeste. Para atualização sobre áreas do município com indicação de vacinação, acesse:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/index.php?p=243611
Quem tem restrições à vacina, porém não contraindicação absoluta, e deve procurar seu médico para saber se pode ser vacinado:
- Crianças menores de 9 meses de idade.
- Gestantes e mulheres amamentando bebês de até 6 meses;
- Pessoa vivendo com HIV/AIDS apenas se tiverem a contagem de linfócitos CD4 acima de 200 células/mm3.
Quem tem contraindicação absoluta à vacina:
- Pessoas com imunossupressão secundária a doença ou terapias imunossupressoras em curso (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas).
- Pessoas com HIV/AIDS com imunodeficiência acentuada (Contagem de linfócitos CD4 menor que 200 células/mm3).
- Pacientes em uso de medicações como: Azatioprina, Ciclofosfamida, Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Ritoximabe.
- • Transplantados e pacientes com doença oncológica em quimioterapia.
- • Pessoas que apresentaram reação de hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina.
- Pessoas com reação alérgica grave (choque anafilático) ao ovo.
- Pacientes com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma).
Fracionamento das doses da vacina:
Será utilizada dose fracionada na campanha de vacinação em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. De acordo com o Ministério da Saúde, essa estratégia está em consonância com as recomendações da OMS para intensificação vacinal, em curto prazo de tempo, em áreas populosas com risco de expansão da doença. A vacinação com dose fracionada será recomendada a partir de 2 anos de idade.
A dose padrão continuará sendo administrada em alguns grupos por falta de estudos específicos:
- Crianças de 9 meses a menores de 2 anos de idade;
- Pessoas com condições clínicas especiais (vivendo com HIV/AIDS; após término de tratamento com quimioterapia; doenças hematológicas; entre outras) após avaliação do serviço de saúde;
- Gestantes;
- Viajante internacional (com apresentação do comprovante de viagem no ato da vacinação).
Quais os efeitos colaterais da vacina contra a febre amarela?
A vacina contra a febre amarela pode causar alguns efeitos colaterais, como mal-estar, fraqueza, febre, dor muscular e dor de cabeça intensa. Diante desses efeitos, um médico deverá ser procurado para receitar medicamentos que amenizem os sintomas. Em casos extremos, a vacinação pode levar ao óbito, mas trata-se de um evento muito raro, afirma a Dra. Maria Beatriz.
Além da vacina, como posso me proteger da febre amarela?
A primeira providência é evitar viajar para as áreas onde estão acontecendo os surtos de febre amarela. Se não for possível, evite a aproximação de regiões de matas nessas áreas. A pessoa deve assegurar-se também que está adequadamente imunizada.
A prevenção da febre amarela envolve ainda o uso de repelentes e roupas que ajudam a evitar a picada de mosquitos, como calças e camisetas de mangas compridas. Eliminar os focos de criação do mosquito Aedes aegypti também é importante para prevenir a febre amarela, assim como Dengue, Zika e Chikungunya.
A vacina contra a febre amarela protege contra a dengue?
Não. Apesar de o mosquito Aedes aegypti ser um possível transmissor da febre amarela e da dengue, a Dra. Maria Beatriz explica que se tratam de infecções diferentes. Sendo assim, pessoas que já tiveram dengue também não se tornam imunes à febre a amarela e vice-versa.
Quais os sintomas da febre amarela?
Os sintomas iniciais da febre amarela, seja ela silvestre, seja urbana, demoram de três a seis dias (até no máximo 15 dias) para aparecerem após a picada. São eles:
- Febre de início súbito.
- Calafrios.
- Dores de cabeça, nas costas e no corpo em geral.
- Náuseas e vômitos.
- Fadiga e fraqueza.
- Icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos).
- Sangramentos.
A maioria das pessoas melhora após esses sintomas, sem a necessidade de tratamentos específicos. Repouso, hidratação (mais de dois litros de líquido por dia) e uso de medicamentos antitérmicos que não contenham ácido acetilsalicílico podem ser benéficos para amenizar esses sintomas. Em cerca de 15% a 20% dos casos, porém, a febre amarela pode levar à morte.
Importante: informe ao serviço de saúde se você viajou (mesmo que próximo à capital de SP) nos 15 dias anteriores ao início de sintomas e leve sua carteira de vacinação.
O diagnóstico da febre amarela consiste em avaliações clínicas pelo médico e exames de sangue laboratoriais. Em particular, as enzimas hepáticas ficam muito alteradas. O diagnóstico específico é feito com sorologia e PCR. Nos casos mais graves, o tratamento da febre amarela pode exigir diálise e transfusão de sangue, e a taxa de óbito é maior do que 50%.
O Hospital Sírio-Libanês conta em seu corpo clínico com médicos infectologistas que podem diagnosticar e tratar a febre amarela. Se você estiver com algum possível sintoma relacionado à febre amarela, procure imediatamente nosso serviço de Pronto Atendimento.
Atualizado em 17/01/2018.