Asma: sintomas, causas e tratamentos disponíveis

Conheça os sintomas, causas e tratamentos da asma para controlar as crises e melhorar sua qualidade de vida

O que é asma?

A asma é uma doença pulmonar crônica caracterizada por inflamação persistente das vias respiratórias e episódios recorrentes de obstrução ao fluxo de ar. Essa obstrução costuma ser reversível, seja espontaneamente ou com uso de medicação apropriada.

Durante uma crise asmática, ocorre uma resposta inflamatória complexa: os músculos ao redor das vias aéreas se contraem (broncoespasmo), a mucosa brônquica se torna edemaciada e há aumento significativo da produção de muco. Essa tríade de alterações torna a respiração progressivamente mais difícil, podendo levar a situações de urgência médica.

Sintomas de asma

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Os sintomas da asma apresentam grande variabilidade entre os pacientes, tanto em frequência quanto em intensidade.

A falta de ar constitui um dos sintomas mais característicos, manifestando-se como sensação de respiração difícil ou insuficiente, particularmente durante atividades físicas ou no período noturno.

O chiado no peito, tecnicamente denominado sibilância, produz um som agudo durante a respiração que lembra um apito ou assobio, resultante da passagem turbulenta do ar pelas vias aéreas estreitadas.

A sensação de aperto ou pressão no peito frequentemente acompanha as crises, descrita pelos pacientes como uma constrição torácica que dificulta a expansão pulmonar completa.

A tosse persistente, que pode ser seca ou produtiva, caracteristicamente se intensifica durante a noite ou nas primeiras horas da manhã, interferindo significativamente na qualidade do sono e no descanso do paciente.

Esses sintomas podem apresentar-se de forma leve e esporádica em alguns indivíduos, enquanto outros experimentam manifestações frequentes e intensas que impactam substancialmente suas atividades diárias e qualidade de vida.

Causas e fatores desencadeantes

A asma é reconhecida como uma doença multifatorial, resultante da interação complexa entre fatores genéticos e ambientais.

A predisposição genética desempenha papel fundamental, com pessoas que possuem histórico familiar de asma ou outras doenças alérgicas apresentando risco significativamente maior de desenvolver a condição.

A exposição a alérgenos ambientais constitui um dos principais gatilhos, incluindo ácaros domésticos, pólen, esporos de fungos, pelos e saliva de animais domésticos. Esses alérgenos desencadeiam resposta imunológica exacerbada em indivíduos sensibilizados, resultando em inflamação das vias aéreas.

Irritantes respiratórios como fumaça de cigarro, vapores de cigarros eletrônicos, poluição atmosférica e produtos químicos voláteis podem precipitar crises asmáticas.

As infecções respiratórias virais, particularmente aquelas causadas por rinovírus, vírus sincicial respiratório e influenza, representam gatilhos importantes, especialmente na população pediátrica.

O exercício físico, principalmente quando realizado em ambientes frios e secos, pode desencadear broncoespasmo induzido por exercício.

Mudanças climáticas bruscas, exposição ao ar frio e ambientes com alta umidade também são reconhecidos como fatores precipitantes. Ademais, fatores emocionais como estresse intenso e ansiedade podem exacerbar os sintomas.

Diagnóstico da asma

O diagnóstico da asma fundamenta-se em avaliação clínica minuciosa, complementada por exames complementares.

A avaliação clínica detalhada inclui análise pormenorizada (ou seja, minuciosa e atenta a todos os aspectos relevantes) dos sintomas, sua frequência e intensidade, identificação de fatores desencadeantes, história pessoal de alergia e antecedentes familiares.

A espirometria constitui o exame fundamental para confirmação diagnóstica, permitindo avaliar objetivamente a função pulmonar através da medida dos volumes e fluxos respiratórios. Este exame detecta a presença de obstrução ao fluxo aéreo e, crucialmente, documenta a reversibilidade da obstrução após administração de broncodilatador, ou seja, medicamentos que promovem a dilatação das vias aéreas. Essa reversibilidade é uma característica definidora da asma.

Quando clinicamente indicados, testes de alergia cutâneos ou de sangue podem ser realizados para identificar sensibilizações específicas a aeroalérgenos, informação valiosa para orientar medidas de controle ambiental.

O diagnóstico diferencial da asma é amplo e inclui condições como doença pulmonar obstrutiva crônica, disfunção de cordas vocais, bronquiectasias — dilatações anormais e permanentes dos brônquios, geralmente associadas a infecções respiratórias recorrentes e acúmulo de muco — e até insuficiência cardíaca, tornando essencial uma avaliação médica especializada.

Manejo de crises asmáticas

Durante uma exacerbação aguda — episódio de piora súbita e intensa dos sintomas respiratórios, como falta de ar, chiado no peito e tosse — manter a calma é fundamental. O primeiro passo consiste em administrar prontamente o broncodilatador de alívio rápido conforme orientação médica prévia. A respiração deve ser controlada, evitando-se hiperventilação que pode agravar os sintomas.

Se não houver melhora significativa após 15-20 minutos ou se os sintomas se intensificarem, é preciso buscar assistência médica emergencial. Sinais de alarme incluem dificuldade para falar frases completas, uso intenso de musculatura acessória e alteração do nível de consciência.

Prevenção e controle

O controle efetivo da asma transcende o tratamento farmacológico. A educação em asma capacita o paciente a reconhecer precocemente sinais de descontrole, usar corretamente os dispositivos inalatórios e implementar o plano de ação personalizado. O controle ambiental, através da redução da exposição a alérgenos e irritantes, constitui medida fundamental.

A prática regular de exercícios físicos, especialmente atividades aeróbicas, melhora o condicionamento cardiovascular e a tolerância ao esforço. A vacinação contra influenza, pneumococo, COVID-19 e outros patógenos respiratórios reduz significativamente o risco de exacerbações desencadeadas por infecções.

**Revisado por: Dr. Alexandre Amaral e Dra. Ana Luiza Panico ** O tratamento adequado de comorbidades como rinite alérgica, polipose nasal, doença do refluxo gastroesofágico e obesidade contribui substancialmente para o melhor controle da asma.

Diferença entre asma e bronquite

A distinção entre asma e bronquite é fundamental para o tratamento adequado. A asma caracteriza-se por inflamação crônica com hiperresponsividade das vias aéreas, resultando em episódios reversíveis de obstrução ao fluxo aéreo. Os sintomas variam em intensidade e frequência, respondendo caracteristicamente aos broncodilatadores e corticosteroides inalatórios.

A bronquite aguda geralmente resulta de infecções virais do trato respiratório, manifestando-se por tosse produtiva autolimitada que pode persistir por duas a três semanas. Já a bronquite crônica, componente da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), caracteriza-se por tosse produtiva frequente, está intimamente relacionada ao tabagismo e, diferentemente da asma, apresenta alterações na função pulmonar que não são completamente reversíveis.

Revisado por: Dr. Alexandre Amaral e Dra. Ana Luiza Panico