Sol e câncer de pele: mitos e verdades

  1. Somente o sol por volta do meio-dia causa dano à pele: mito!

A recomendação de maior foto proteção nos horários entre as 10 e 16 horas no verão é válida pois, neste horário, a radiação ultravioleta B (UV B) é muito mais intensa e agressiva à pele. No entanto a radiação ultravioleta A (UV A), é uniforme durante todo o dia e, portanto, a proteção solar deve ser realizada durante todo o dia.

  1. A falta de sol diminui níveis de vitamina “D”: verdade!

A vitamina D é produzida e fixada através da exposição ao sol e mais ainda com o sol forte! Portanto, temos que tomar sol, mas de maneira inteligente. Especialmente pessoas idosas devem tomar um pouco de sol diariamente (nos braços por exemplo), por 15 minutos. Isso vale para todos nós, mas temos que ter o bom senso de equilibrar a foto-exposição com a foto-proteção, pois a exposição solar intensa é cancerígena. A reposição ou suplementação de Vitamina D pode ser feita através de complexos vitamínicos e/ou de orientação alimentar.

  1. A exposição solar em excesso é ruim em todas as faixas etárias: verdade, com ressalvas!

O maior dano solar se dá na infância e adolescência; cerca de 80% do dano solar ocorre até os 18 anos de idade. Então: a foto-proteção deve ser dirigida especialmente para estas faixas etárias, mas sem esquecer das outras.

  1. A cor da pele não é importante como fator de risco para o câncer de pele: mito!

As pessoas de pele clara são mais susceptíveis à radiação solar, especialmente aqueles que se queimam e não conseguem bronzear. Portanto, a cor da pele influencia sim o risco de câncer, existindo até uma classificação dos fototipos de pele que ajuda a determinar o risco de câncer (Classificação de Fitzpatrick)

  1. O câncer da pele é o tipo de câncer mais comum: verdade!

O câncer da pele é a forma de câncer mais frequente no Brasil e no mundo. Os dois tipos mais comuns são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular.

  1. O protetor solar de uso tópico é a única forma de foto-proteção: mito!

O protetor solar de uso tópico certamente é importante, no entanto, existem outras maneiras de se proteger do sol: chapéu (que cubra além do nariz, as orelhas), camisetas (especialmente de cores fortes como o laranja e amarelo), guarda sol e óculos escuros, entre outros acessórios, ajudam e muito na foto-proteção. Existem também tecidos que incorporam proteção solar às fibras.

  1. O fator de proteção solar (FPS) deve ser acima de 30 para radiação UVB cobrindo também a radiação UVA: verdade!

A maioria das Associações Médicas Dermatológicas recomendam o FPS acima de 30, com amplo espectro de cobertura (protegendo também contra a radiação UVA). O veículo (creme, gel, spray) deve ser adequado ao seu tipo de pele para maior adesão ao tratamento.

  1. Indivíduos de pele negra não precisam usar protetor solar: mito, com ressalvas!

Apesar de muitos trabalhos científicos não associarem o câncer de pele ao foto tipo pele negra, recomenda-se a foto-proteção não apenas pelo escasso número de artigos científicos sobre o assunto, mas também por outros efeitos benéficos da proteção solar, com a prevenção contra o envelhecimento precoce e o favorecimento da melhor estrutura da pele.

  1. Muitas pintas e história familiar de câncer de pele estão associados ao risco de melanoma: fato!

Pacientes com história familiar de melanoma (uma forma agressiva de câncer da pele) têm maior chance de desenvolver a doença, assim como pessoas com olhos e cabelos claros, e pessoas com mais de 50 pintas ou nevos. Vale lembrar que maioria das pintas é benigna e o fato de se ter muitas pintas não deve gerar ansiedade e sim alertar para a importância de se fazer uma avaliação dermatológica com um especialista.

  1. Uma vez instalado, o câncer da pele é incurável: mito!

Felizmente, a maior parte dos cânceres de pele tem cura. As chances de cura são sempre maiores e o tratamento mais fácil nos casos de diagnóstico precoce. Por isso, os cuidados de proteção solar e a vigilância da pele são tão importantes. No entanto, graças a novas formas de tratamento como a imunoterapia e a terapia alvo, ao desenvolvimento de técnicas cirúrgicas sofisticadas e às modernas formas de radioterapia, as chances de controle e cura de tumores avançados e agressivos também aumentaram muito.

Se algumas de suas dúvidas sobre sol e câncer de pele foram esclarecidas, ajude-nos a divulgar esse conhecimento. Valorize os cuidados com a pele, alerte os mais jovens e fique atento aos mais idosos. Se os cuidados de proteção solar começarem na infância e forem mantidos durante a vida, teremos uma boa chance de evitar um câncer do nosso maior órgão, a pele!