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Paralisia facial pode ser revertida. Conheça suas principais causas e seus sintomas
Prof. dr. Manoel Jacobsen
14/06/2017 · 4 min de leitura
Nosso rosto é repleto de músculos. São eles os responsáveis por nossas expressões faciais de alegria, tensão, medo; e por movimentos como piscar, bocejar e sorrir. Diante de uma paralisia facial, porém, essas reações podem ser prejudicadas.
A paralisia facial é um tipo de fraqueza da musculatura da face, que pode afetar diferentes extensões do rosto. "Trata-se de um problema de saúde com grande impacto social, pois a pessoa acaba perdendo algumas expressões faciais", comenta o prof. dr. Manoel Jacobsen, neurologista no Hospital Sírio-Libanês.
Quais as causas da paralisia facial?
Existem diversas doenças e problemas de saúde que podem causar algum tipo de paralisia facial, mas os mais comuns são o acidente vascular cerebral (AVC) e a paralisia de Bell.
O AVC, também conhecido como derrame cerebral, pode causar uma paralisia facial porque ele lesiona partes do cérebro que comandam os movimentos da face. "Como na face temos muito mais terminações nervosas do que em outras partes do corpo, como cotovelo e pé, por exemplo, a chance de essas musculaturas faciais serem atingidas durante um AVC é maior", explica o dr. Daniel Ciampi de Andrade, também neurologista no Hospital Sírio-Libanês.
A paralisia de Bell, doença descrita em 1981 pelo pesquisador escocês Charles Bell, é um tipo de inflamação que também pode causar paralisia facial. Acredita-se que essa doença seja provocada por um vírus específico da família herpes, que ao ser adquirido inflama os nervos da face, causando uma fraqueza nos músculos do rosto.
Segundo lembra o dr. Jacobsen, esse tipo de paralisia facial é muitas vezes associado a choques térmicos, como tomar vento ou friagem depois de sair do banho quente. Por isso, a paralisia de Bell também é conhecida por paralisia a frigore ("frio" em latim) ou paralisia por golpe de ar. No entanto, o médico explica que não há nenhuma base científica para essa associação. Segundo ele, trata-se apenas de uma coincidência. "A pessoa provavelmente já estava com o vírus causador dessa doença e a paralisia facial ocorreria independentemente do choque térmico", esclarece.
Sinais e sintomas da paralisia facial
Alguns dos sintomas mais comuns da paralisia facial, independentemente de qual seja sua causa, são:
- Dor no rosto.
- Zumbido e dor no ouvido.
- Dificuldade para piscar e fechar os olhos.
- Hipomimia facial (diminuição ou ausência de expressões faciais).
- Dificuldade de pronunciar algumas palavras, em especial aquelas com as letras P ou B.
- Dificuldade para engolir.
Diante de um ou mais sintomas como esses, devemos procurar ajuda médica. A paralisia facial pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum nos adultos, pois eles tendem a ser mais afetados pelas diversas causas desse distúrbio.
Como tratar a paralisia facial?
O tempo da paralisia facial varia conforme a causa, o tipo de lesão do nervo, a idade do paciente, entre outros fatores. A paralisia de Bell, por exemplo, é momentânea e pode ser restabelecida sozinha em menos de seis meses. No entanto, qualquer tipo de paralisia facial exige cuidados médicos, e quanto mais rápido procurarmos ajuda, melhores serão as condições de tratamento.
O tratamento da paralisia facial geralmente envolve reabilitação com fisioterapia e fonoaudiologia para impedir que os músculos se contraiam de forma permanente. Nesse caso, pode ser necessária a realização de procedimentos cirúrgicos.
Os cuidados oftalmológicos também merecem atenção especial durante as paralisias faciais. Como os músculos das pálpebras podem ser afetados, a pessoa tende a ter dificuldade em piscar e lubrificar os olhos. Por isso, colírios específicos costumam ser receitados pelo médico.
O Hospital Sírio-Libanês conta em seu corpo clínico com diversos médicos neurologistas especializados no diagnóstico e no tratamento de paralisias faciais, e um Centro de Reabilitação com experiência no atendimento de pacientes com esse distúrbio.
O tratamento da paralisia facial no Hospital Sírio-Libanês é multidisciplinar, envolvendo, além de médicos neurologistas e oftalmologistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre outros.