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Sintomas da leucemia: compreenda os sinais e busque diagnóstico precoce
Entenda quais sintomas da leucemia costumam aparecer nos estágios iniciais e avançados da doença.
Hospital Sírio-Libanês
03/07/2025 · 1 min de leitura
A leucemia é um câncer que afeta os glóbulos brancos do sangue e, quando diagnosticada precocemente, pode ser tratada com mais sucesso. Conhecer os sintomas da leucemia pode ser crucial para buscar o tratamento adequado o quanto antes.
Neste artigo, vamos explicar de forma clara o que é a leucemia, seus sintomas, diagnóstico e opções de tratamento.
O que é leucemia?
De forma resumida, a doença chamada “leucemia” é um tipo de câncer da medula óssea que afeta as células do sangue, mais especificamente os glóbulos brancos. Esses glóbulos, normalmente responsáveis pela defesa do corpo contra infecções, podem se multiplicar de forma anormal em pessoas com leucemia. Por serem células não funcionais, acabam prejudicando o funcionamento adequado do sistema imunológico e por sobrecarregar a medula óssea acabam interrompendo a produção de glóbulos vermelhos e plaquetas.
O entendimento dos sintomas da leucemia é fundamental para um diagnóstico precoce, o que melhora as chances de sucesso no tratamento.
O que causa a leucemia?
A leucemia é causada quando algumas células da medula óssea ganham mutações no seu material genético. Isso faz com que a produção das células do sangue fique fora de controle, e assim células anormais acabam substituindo as células saudáveis da medula óssea.
As leucemias são classificadas de acordo com o tempo de progressão da doença:
Leucemia aguda: evolui rapidamente, com acúmulo de células imaturas (blastos) no sangue e na medula óssea. Estes blastos são células disfuncionais que se multiplicam rapidamente, fazendo com que a doença piore em um período curto de tempo. Requer diagnóstico ágil para tratamento o mais precoce possível.
Leucemia crônica: progressão mais lenta, envolve o aumento de células sanguíneas já maduras. Essas células se replicam de modo mais devagar e podem funcionar normalmente por um tempo, então alguns tipos de leucemia crônica podem não ser percebidas pelo paciente por anos, até serem observadas em um hemograma de rotina.
As leucemias também são classificadas pelo tipo de célula afetada. Existem diferentes tipos de leucemia, incluindo:
Leucemia linfóide: afeta as células de defesa chamadas linfócitos.
Leucemia mieloide: afeta as células mieloides, que são precursoras dos glóbulos vermelhos, plaquetas e outros tipos de glóbulos brancos.
Os tipos mais comuns de leucemia são:
Leucemia linfoblástica aguda: Caracterizada pela presença de blastos linfóides. É o tipo mais comum de leucemia em crianças, mas pode também ocorrer em adultos. Requer diagnóstico ágil para tratamento o mais precoce possível.
Leucemia mielóide aguda: Caracterizada pela presença de blastos mielóides. Pode ocorrer em crianças e adultos, sendo o tipo mais comum de leucemia em adultos. Requer diagnóstico ágil para tratamento o mais precoce possível.
Leucemia linfóide crônica: É o tipo mais comum de leucemia crônica em adultos, diagnosticada muitas vezes em exames de rotina que mostram aumento no número de linfócitos maduros no hemograma. Pode ficar anos sem necessidade de tratamento, até o paciente desenvolver sintomas.
Leucemia mielóide crônica: Afeta principalmente adultos, percebida no hemograma como aumento no número de glóbulos brancos maduros. Há a fase crônica, com poucos sintomas, e a fase acelerada e blástica em que as células aumentam de modo mais rápido. Requer início de tratamento assim que diagnosticado.
Os fatores de risco incluem predisposição genética, exposição à radiação, produtos químicos como benzeno e tratamento prévio a certos tipos de quimioterapia. No entanto, a causa exata ainda não é totalmente compreendida.
Sintomas iniciais de leucemia
Os sintomas da leucemia podem ser vagos e inespecíficos. No entanto, é importante estar atento a sinais persistentes ou que evoluem de forma inesperada:
Fadiga persistente e fraqueza
Um dos primeiros sintomas a aparecer, a fadiga causada pela leucemia é resultante da diminuição da produção de glóbulos vermelhos, os quais são responsáveis pelo transporte de oxigênio no corpo.
A baixa contagem de glóbulos vermelhos (anemia) pode levar a um cansaço extremo, sem que o paciente consiga atribuir a causa a uma razão específica. Em alguns casos, a pessoa pode sentir-se exausta até mesmo após realizar atividades simples do dia a dia.
Febres ou calafrios frequentes
A leucemia compromete a capacidade do corpo de combater infecções devido à falha na produção de glóbulos brancos saudáveis. Isso pode levar a febres inexplicáveis e calafrios.
Infecções recorrentes
Como os glóbulos brancos (leucócitos) são responsáveis pela defesa do corpo contra infecções, a leucemia pode resultar em um sistema imunológico enfraquecido. Isso aumenta a susceptibilidade a infecções frequentes e difíceis de tratar.
Perda de peso inexplicada A perda de peso não intencional pode ocorrer, pois o corpo está consumindo energia para combater a proliferação de células leucêmicas. Além disso, a diminuição do apetite e o aumento do metabolismo também podem contribuir para a perda de peso.
Sangramentos e hematomas
A leucemia pode afetar a capacidade de coagulação do sangue devido à baixa contagem de plaquetas, que são responsáveis pela formação de coágulos. Como resultado, os pacientes podem experimentar sangramentos espontâneos, como sangramentos nas gengivas, epistaxe (sangramento nasal) ou sangramentos excessivos após pequenos cortes. Além disso, podem surgir hematomas sem um motivo claro, principalmente em pernas e braços.
Palidez e falta de ar
A palidez na pele é causada pela diminuição dos glóbulos vermelhos, resultando em anemia. A falta de ar pode ocorrer porque o corpo tem menos oxigênio circulando devido à diminuição dos glóbulos vermelhos saudáveis. Em estágios mais graves, pode haver uma sensação de falta de ar, mesmo em atividades que não exigem esforço físico significativo.
Sintomas que podem se agravar com o tempo
Conforme a doença evolui, novos sintomas podem surgir ou se agravar:
Dores ósseas ou nas articulações: o aumento das células leucêmicas na medula óssea pode causar dor nos ossos e nas articulações.
Aumento de linfonodos (ínguas), fígado ou baço: as células leucêmicas podem invadir outros órgãos e causar aumento de tamanho de linfonodos, fígado ou baço, perceptível no pescoço ou no abdômen.
Suores noturnos intensos: a presença de células leucêmicas causam liberação de substâncias inflamatórias e distúrbios na regulação da temperatura interna. Por isso, a sudorese excessiva à noite é um sintoma clássico de leucemia (paciente acorda molhado de suor).
Pequenos pontos vermelhos na pele (petéquias): manchas vermelhas ou roxas que surgem devido a pequenos sangramentos sob a pele, causados pela baixa contagem de plaquetas.
Quando procurar um médico
Se você estiver experienciando sintomas da leucemia como fadiga extrema, manchas roxas, sangramentos, febres inexplicáveis ou infecções longas e frequentes, é importante procurar um médico.
Os sintomas persistentes ou que pioram com o tempo devem ser investigados para identificar a causa, sendo o diagnóstico precoce fundamental para o sucesso no tratamento.
Como é feito o diagnóstico da leucemia?
O diagnóstico da leucemia é feito por meio de exames laboratoriais e clínicos, como:
Exames de sangue (hemograma completo): indicam anormalidades na contagem dos glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas. Pode ter anemia, plaquetas baixas, leucocitos altos, presença de blastos ou neutrófilos baixos.
Mielograma e Biópsia da medula óssea: confirmam o diagnóstico ao analisar a medula óssea e as células presentes nela.
Testes genéticos e moleculares são essenciais para determinar o tipo de leucemia e seu comportamento prognóstico, ajudando na melhor escolha de tratamento.
Outros exames complementares, como a tomografia e a ressonância magnética, podem ser realizados conforme os sintomas do paciente para avaliar a presença da doença em outros órgãos além de outras complicações.
Tratamento e controle dos sintomas da leucemia
O tratamento da leucemia depende do tipo e da classificação da doença pelos exames genéticos e moleculares. Os principais tratamentos incluem quimioterapia, imunoterapia e transplante de medula óssea. O objetivo é erradicar as células leucêmicas e restaurar a função da medula óssea.
Quimioterapia
A quimioterapia é a principal abordagem para o tratamento da leucemia. Ela utiliza medicamentos para destruir diretamente as células cancerígenas, impedindo sua proliferação. Imunoterapia
É uma forma de tratamento que aumenta a habilidade natural do sistema imune de combater o câncer. De acordo com o tipo de leucemia, há medicamentos que agem como anticorpos que se ligam tanto às células cancerígenas específicas como também as células de defesa (linfócitos T) do sistema imunológico do paciente, fazendo com que elas destruam as células da leucemia.
CAR-T Cell
É um tipo de imunoterapia avançada. Neste tratamento as células de defesa (linfócitos T) do paciente são modificadas geneticamente em um laboratório para reconhecer e combater células cancerígenas específicas, se tornando “super soldados”. No momento, sua indicação é para pacientes com leucemias refratárias (que não responderam ao tratamento) ou recidivadas (que apresentaram retorno da doença após o tratamento inicial).
Radioterapia A radioterapia usa radiação para destruir células cancerígenas em áreas específicas do corpo, como a medula óssea ou linfonodos. Em alguns casos, a radioterapia pode ser usada paraajudar a preparar a medula óssea para o transplante.
Transplante de medula óssea
Também conhecido como transplante de células-tronco hematopoéticas, é um procedimento em que a medula óssea doente é substituída por células-tronco saudáveis de um doador compatível (alogênico).
Este tratamento é indicado principalmente para leucemias agressivas ou que não respondem bem à quimioterapia.
Manejo dos sintomas durante e após o tratamento
Durante o tratamento da leucemia, os pacientes podem sofrer efeitos colaterais significativos, como náuseas, perda de apetite, fadiga intensa e risco aumentado de infecções. O controle desses sintomas é fundamental para a qualidade de vida do paciente.
O uso de medicamentos antivirais, antifúngicos e antibióticos pode ser necessário para prevenir e combater infecções. Transfusões de glóbulos vermelhos e plaquetas também são necessárias durante o tratamento para controle de anemia e sangramentos. Além disso, o apoio nutricional e psicológico é vital para ajudar o paciente a lidar com o impacto emocional e físico do tratamento.
Qualidade de vida e suporte ao paciente
O diagnóstico de leucemia pode ser desafiador, tanto para o paciente quanto para seus familiares. Algumas dicas para lidar com os sintomas no dia a dia incluem:
Manter uma dieta especial, rica em nutrientes.
Participar de grupos de apoio e buscar suporte psicológico.
Manter uma rotina de atividades leves, respeitando os limites do corpo.
O acompanhamento contínuo com a equipe médica é crucial para ajustar o tratamento e garantir a melhor qualidade de vida possível.
O diagnóstico precoce da leucemia é essencial para aumentar as chances de sucesso no tratamento. Se você notar qualquer sintoma que indique leucemia, procure orientação médica o mais rápido possível. A detecção inicial pode transformar o tratamento e melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente. No Sírio Libanês contamos com um time de médicos, enfermeiros e equipe multiprofissional focado nas necessidades físicas e emocionais dos pacientes, além de contar com uma variedade de exames para diagnosticar a leucemia e classificar o seu tipo, permitindo oferecer o melhor tratamento direcionado. Consulte-se com os especialistas do Centro de Oncologia do hospital Sírio-Libanês.
Revisado por: Dra. Patricia Yamakawa